sábado, 10 de maio de 2008

Especial Dia das Mães.


Enfim, o Dia das Mães. Data onde podemos homenagear nossas queridas mamães (não que não possamos fazer isso todos os dias, mas esse dia é especial, né?).

Pra mim é quase impossível falar do Dias das Mães sem lembrar aquele lindo poema do Kiko pra sua mãe no dia da boa vizinhança (claro que o Chaves atrapalhou e tudo mais, mas eu acho que deve ter ficado melhor avacalhado mesmo. xD). Segue o poema:

Mamãe querida... meu coração por ti bate... -Como caroço de abacate!
Mamãe querida... meu coração por ti bate... -Como dente de alicate!
Mamãe querida... meu coração por ti bate... -Como pano de engraxate!
Mamãe querida... meu coração por ti bate... -Como sementes de tomate!
Mamãe querida... -Ja me deixou derretida!

ahuahauhauhauahua... muito bom! xD
Carram, momento Chaves já passou. Voltamos ao assunto sério que é as nossas mamães.
A minha é minha pequena, é a rainha do meu lar, é a coisa mais preciosa que eu tenho... pra mim não tem melhor pessoa no mundo!!!! s2

MAMÃE, EU TE AMO MUUUUUITO!

Gostaria de ilustrar essa homenagem com uma crônica que li nesta semana sobre uma mãe. Esta crônica é do Rubem Braga. Espero que tenham paciência pra ler até o final e que gostem.


Mãe

(Crônica dedicada ao Dia das Mães,embora com o final inadequado, ainda que autêntico.)

Rubem Braga

O menino e seu amiguinho brincavam nas primeiras espumas; o pai fumava um cigarro na praia, batendo papo com um amigo. E o mundo era inocente, na manhã de sol.Foi então que chegou a Mãe (esta crônica é modesta contribuição ao Dia das Mães), muito elegante em seu short, e mais ainda em seu maiô. Trouxe óculos escuros, uma esteirinha para se esticar, óleo para a pele, revista para ler, pente para se pentear — e trouxe seu coração de Mãe que imediatamente se pôs aflito achando que o menino estava muito longe e o mar estava muito forte.

Depois de fingir três vezes não ouvir seu nome gritado pelo pai, o garoto saiu do mar resmungando, mas logo voltou a se interessar pela alegria da vida, batendo bola com o amigo. Então a Mãe começou a folhear a revista mundana — "que vestido horroroso o da Marieta neste coquetel" — "que presente de casamento vamos dar à Lúcia? tem de ser uma coisa boa" — e outros pequenos assuntos sociais foram aflorados numa conversa preguiçosa. Mas de repente:

— Cadê Joãozinho?

O outro menino, interpelado, informou que Joãozinho tinha ido em casa apanhar uma bola maior.

— Meu Deus, esse menino atravessando a rua sozinho! Vai lá, João, para atravessar com ele, pelo menos na volta! O pai (fica em minúscula; o Dia é da Mãe) achou que não era preciso:

— O menino tem OITO anos, Maria!

— OITO anos, não, oito anos, uma criança. Se todo dia morre gente grande atropelada, que dirá um menino distraído como esse!

E erguendo-se olhava os carros que passavam, todos guiados por assassinos (em potencial) de seu filhinho.— Bem, eu vou lá só para você não ficar assustada.Talvez a sombra do medo tivesse ganho também o coração do pai; mas quando ele se levantou e calçou a alpercata para atravessar os vinte metros de areia fofa e escaldante que o separavam da calçada, o garoto apareceu correndo alegremente com uma bola vermelha na mão, e a paz voltou a reinar sobre a face da praia.Agora o amigo do casal estava contando pequenos escândalos de uma festa a que fora na véspera, e o casal ouvia, muito interessado — "mas a Niquinha com o coronel? não é possível!" — quando a Mãe se ergueu de repente:

— E o Joãozinho?

Os três olharam em todas as direções, sem resultado. O marido, muito calmo — "deve estar por aí", a Mãe gradativamente nervosa — "mas por aí, onde?" — o amigo otimista, mas levemente apreensivo. Havia cinco ou seis meninos dentro da água, nenhum era o Joãozinho. Na areia havia outros. Um deles, de costas, cavava um buraco com as mãos, longe.

— Joãozinho!

O pai levantou-se, foi lá, não era. Mas conseguiu encontrar o amigo do filho e perguntou por ele.

— Não sei, eu estava catando conchas, ele estava catando comigo, depois ele sumiu.

A Mãe, que viera correndo, interpelou novamente o amigo do filho. "Mas sumiu como? para onde? entrou na água? não sabe? mas que menino pateta!" O garoto, com cara de bobo, e assustado com o interrogatório, se afastava, mas a Mãe foi segurá-lo pelo braço: "Mas diga, menino, ele entrou no mar? como é que você não viu, você não estava com ele? hein? ele entrou no mar?".

— Acho que entrou... ou então foi-se embora.

De pé, lábios trêmulos, a Mãe olhava para um lado e outro, apertando bem os olhos míopes para examinar todas as crianças em volta. Todos os meninos de oito anos se parecem na praia, com seus corpinhos queimados e suas cabecinhas castanhas. E como ela queria que cada um fosse seu filho, durante um segundo cada um daqueles meninos era o seu filho, exatamente ele, enfim — mas um gesto, um pequeno movimento de cabeça, e deixava de ser. Correu para um lado e outro. De súbito ficou parada olhando o mar, olhando com tanto ódio e medo (lembrava-se muito bem da história acontecida dois a três anos antes, um menino estava na praia com os pais, eles se distraíram um instante, o menino estava brincando no rasinho, o mar o levou, o corpinho só apareceu cinco dias depois, aqui nesta pr aia mesmo!) — deu um grito para as ondas e espumas — "Joãozinho!".

Banhistas distraídos foram interrogados — se viram algum menino entrando no mar — o pai e o amigo partiram para um lado e outro da praia, a Mãe ficou ali, trêmula, nada mais existia para ela, sua casa e família, o marido, os bailes, os Nunes, tudo era ridículo e odioso, toda essa gente estúpida na praia que não sabia de seu filho, todos eram culpados — "Joãozinho !" — ela mesma não tinha mais nome nem era mulher, era um bicho ferido, trêmulo, mas terrível, traído no mais essencial de seu ser, cheia de pânico e de ódio, capaz de tudo — "Joãozinho !" — ele apareceu bem perto, trazendo na mão um sorvete que fora comprar. Quase jogou longe o sorvete do menino com um tapa, mandou que ele ficasse sentado ali, se saísse um passo iria ver, ia apanhar muito, menino desgraçado!O pai e o amigo voltaram a sentar, o menino riscava a areia com o dedo grande do pé, e quando sentiu que a tempestade estava passando fez o comentário em voz baixa, a cabeça curva, mas os olhos erguidos na direção dos pais:

— Mãe é chaaata...

Maio, 1953

Texto extraído do livro “A Cidade e a Roça”, Editora do Autor – Rio de Janeiro, 1964, pág. 57.

-> Feliz Dia das Mães, pessoal... até pra quem não é mãe. ^^'
Ahhh, já ia me esquecendo: dia 15 de maio é Dia Internacional da Família. Hum... boa desculpa pra ir lá e fazer as pazes com aquele seu primo chato, né? Vai lá! rsrs... beijos*


7 Comments:

Anônimo said...

legal seu coment adorei o Kiko...muito bem bolado...mas dia das mães literalmente é todos os dias...essa data é meramente comercial para mim...enfim

capitalismo exacerbado...

mas, estamos juntos...grando beijo meu anjo...

ah, tem post novo lá no blog..finalmente...Cariocas VS Paulistas...passa lá..

www.fabiolelis.blogspot.com

Euzer Lopes said...

Fala a verdade... Mãe pode ter todos os predicados, mas "é tudo de bom"

S. said...

Mãe nem precia de comentario né???
é tão dificil falar delas...
tudo de bom pra vc!!
att,,
Su

Ufo Brasil said...

Mãe e a pessoa mais maravilhosa da Terra viva todas as mães do mundo

http://www.rangervermelho.blogspot.com/

Leonardo Werneck said...

Mãe é a melhor coisa inventada por Deus, até pq, sem elas não estaríamos aqui...

Mais que merecida homenagem pra quem nos deu a vida. Parabéns à sua a à minha mãe!!

beijos

Lucas Oliveira said...

MAMÃE... SÓ TEM UMA!
NINGUÉM CONSEGUE MONITORAR A GENTE COMO ELA!!!

ABÇS

Unknown said...

Atualiiiizaaaa! xD

(mafalda rulez!)o/